Por milhares de anos foram usados pigmentos naturais.
Mas, na era industrial, os corantes naturais foram rapidamente superados pelos produtos sintéticos em custo, escalabilidade e desempenho.
Mas se depender dos esforços de uma startup britânica de biotecnologia (Colorifix), os pigmentos naturais retornarão. E dessa vez sem prejudicar o meio ambiente, comprometer a qualidade ou depender da disponibilidade da cadeia de suprimentos, isso porque está desenvolvendo um método de tingimento têxtil que usa microrganismos para recriá-las nos tecidos, reduzindo o consumo de água e químicos no processo.
Diferente dos métodos tradicionais de tingimento natural que cria pigmentos extraídos de plantas ou animais, essa tecnologia copia os processos da natureza em um ambiente de laboratório. Para produzir o pigmento, o primeiro passo é encontrar uma cor criada por um organismo na natureza – seja um animal, planta, inseto ou micróbio.
Por meio do sequenciamento de DNA online (nunca uma amostra física), são identificados os genes exatos que levam à produção do pigmento e, em seguida, traduzido esse código em seu microrganismo.
O microrganismo resultante da engenharia pode então produzir o pigmento da mesma forma que é produzido na natureza.
Durante o processo de tingimento as células se espalham pelo tecido liberando o pigmento. Para que as bactérias não permaneçam vivas no tecido, posteriormente, a solução é brevemente aquecida para eliminar essas células.
Após a produção, a empresa envia uma pequena quantidade de microorganismo projetado para seus clientes que, com o apoio da startup britânica, cultivam a cor por meio da fermentação.
Da mesma forma que a cerveja é produzida, os microrganismos crescem em matérias-primas renováveis, como açúcar, fermento e subprodutos vegetais. Os
microrganismos se dividem a cada 20 minutos, resultando em uma grande quantidade de corante colorido em apenas um ou dois dias.
Isso é então colocado diretamente em máquinas de tingimento padrão, não exigindo nenhum equipamento especializado adicional ou produtos químicos tóxicos.
Esse processo de tingimento dispensa o uso de metais pesados, solventes ou ácidos e reduz o uso de água até 90%, enquanto no método convencional muitos produtos químicos agressivos, metais pesados e sais são introduzidos no estágio de fixação para criar uma ligação permanente entre a cor e a fibra.
Os microrganismos projetados, no entanto, são capazes de concentrar os sais nutrientes e metais que já estão presentes na água a níveis que facilitam essa interação corante e tecido com zero substância adicionadas