A iraquiana radicada na Inglaterra Zaha Hadid, falecida em março de 2017, já é um nome inevitável na história da arquitetura contemporânea, com seus traços e volumes revolucionários, que se transformam em cartões-postais pelo mundo afora.
Seja na Alemanha, Itália, França ou Estados Unidos, onde a cena artística acontece de forma expressiva e conquista o olhar das novas gerações, há um toque ou evidência de Miss Hadid, que, declaradamente, flerta com as linhas do mestre brasileiro Oscar Niemeyer. Premiada, ela já abocanhou o Mies van der Rohe, atribuído pela União Europeia, e, em 2004, recebeu o reconhecimento máximo, tornando-se a primeira mulher a receber o Pritzker, a mais importante condecoração do segmento. Tempos depois, ela foi eleita uma das cem mulheres mais influentes do globo pela revista Time.
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Sua trajetória começou em 1977, no OMA, com o seu professor, o poderoso Rem Koolhaas. De lá, Zaha decide fundar seu próprio escritório e já na década de 1980, torna-se professora na Architectural Association de Londres, onde estudou, e venceu o concurso de projetos para o The Peak, em Hong Kong, mas que nunca saiu do papel. A partir daí, ela começa a ganhar projeção e suas pranchetas não pararam de criar marcos com mood desconstrutivistas, uma linha de edificação pós-moderna, descrita pela fragmentação que apresenta o desenho de forma não linear, no qual os principais elementos da edificação – paredes, coberturas e aberturas –, aparecem desconjuntados ou distorcidos.
No portfólio da diva-arquiteta estão exposições de design, entre elas, o Chanel Mobile Art Pavilion, uma mostra itinerante que passou por Hong Kong, Tóquio, Nova York e Paris, e que apresentava trabalhos de artistas inspirados na cultura e no impacto que a grife francesa gerou desde a sua criação. Além disso, há também, cenografias mobiliários, pinturas e desenhos. No meio fashion assinou peças para Lacoste, Melissa e United Nud, este último um sapato com curvas que estampou centenas de pá- ginas de sites e de revistas de modas.
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Entretanto, as obras Vitra Fire Station, na Alemanha; o Maxxi, o primeiro museu de arte moderna de Roma; o Centro Cultural Heydar Aliyev, no Azerbaijão; o London Aquatics Centre e a Serpentine Sackler Gallery, ambos na Inglaterra, contribuíram para turbinar a sua genialida- de no mercado. E o que essas obras têm em comum é que não são apenas projetos, mas esculturas que con- ferem um novo DNA às cidades onde estão inseridas.
Texto: Flávio Nogueira