O comportamento de consumo está diretamente ligado ao contexto histórico, sociocultural e tecnológico em que cada geração foi formada. No setor imobiliário, essas diferenças são cada vez mais evidentes e impactam desde o tipo de imóvel buscado até o processo de compra.
Com o aumento da expectativa de vida, a redução das taxas de natalidade e o crescimento do número de residências em ritmo superior ao da população, como apontam dados da Harvard Joint Center for Housing Studies e do Business Insider, surge um cenário de individualização crescente. Mais pessoas estão vivendo sozinhas ou em lares menores, o que influencia diretamente a demanda por imóveis e a infraestrutura das cidades.
Nesse contexto, compreender o comportamento de consumo das gerações no mercado imobiliário se torna fundamental para antecipar tendências e desenvolver soluções assertivas. Veja como as principais gerações se comportam diante da aquisição de imóveis:
Geração Z: conectada, estratégica e focada em experiências
Nascidos a partir de 1997, os jovens da Geração Z cresceram em um mundo digital, com acesso constante à internet, redes sociais e informação em tempo real. Isso os torna consumidores atentos, exigentes e estratégicos.
Na jornada de compra de um imóvel, priorizam:
- Localização que facilite o acesso a lazer, saúde, educação e trabalho;
- Conectividade e tecnologia integrada nos ambientes;
- Experiência digital com tours virtuais e atendimento humanizado;
- Potencial de valorização e possibilidade de geração de renda.
Mesmo em início de carreira, muitos já enxergam o imóvel como um investimento sólido e uma forma de garantir segurança financeira a longo prazo.
Millennials: entre o desejo de estabilidade e os desafios financeiros
A geração dos Millennials, nascida entre 1981 e 1995, está em fase adulta e enfrenta desafios como o alto custo de vida, inflação e entrada tardia no mercado formal. Com frequência, lideram lares com renda mais limitada, fator que influencia diretamente nas escolhas de moradia.
Ainda assim, esse grupo mantém o interesse pela aquisição de imóveis, motivado pela construção de patrimônio e busca por estabilidade. Costumam valorizar:
- Sustentabilidade e soluções funcionais;
- Boa localização;
- Pesquisa aprofundada antes da compra;
- Imóveis compactos, inteligentes e acessíveis.
Baby Boomers: segurança patrimonial e visão de longo prazo
Nascidos entre 1945 e 1964, os Baby Boomers geralmente possuem maior poder aquisitivo e já consolidaram seu patrimônio. Apesar disso, são consumidores mais conservadores e racionais em suas decisões.
Com menor propensão ao consumo imediato, preferem investir em imóveis como forma de preservar e diversificar o capital. Muitos já são proprietários, mas continuam adquirindo unidades com foco em:
- Renda por meio de locação;
- Sucessão patrimonial;
- Diversificação de ativos de longo prazo.
Tendências comuns: o que une diferentes gerações
Apesar das particularidades de cada geração, algumas tendências se mostram consistentes entre elas:
- Imóveis compactos e localizados em regiões estratégicas;
- Condomínios com infraestrutura completa (academia, coworking, lazer);
- Digitalização da jornada de compra, com menos burocracia e mais agilidade;
- Valorização de bairros com serviços essenciais e boa mobilidade urbana.
Com famílias menores, maior expectativa de vida e novos modelos de moradia, o mercado precisa acompanhar essa transformação no perfil do consumidor.
Entender as necessidades, expectativas e comportamentos de cada geração é um diferencial competitivo para quem atua no setor. Enquanto os Baby Boomers mantêm uma postura sólida e segura, os Millennials equilibram desejo e realidade, e a Geração Z desafia padrões, impondo novas formas de viver e consumir.